segunda-feira, 29 de outubro de 2012

MINI CIDADE









A exposição de maquetes Mini Cidade, do técnico em Desenho Arquitetônico e Desenho Mecânico José Adair Fumagalli, esteve dentro da programação do aniversário de 154 anos de Santa Maria, e pôde ser vista no Salão Nobre do Edifício João Machado Soares (SUCV) de onde fotografei. Entretanto, perguntei o que seria feito com elas após o encerramento da mostra e ninguém sabia ao certo o destino delas.
Pelo que percebi, todos por lá gostariam de conservá-las, valorizá-las de alguma forma, entretanto as maquetes não têm utilidade prática e acabam por se perder nesse argumento falho. Acredito que com o tempo seriam devolvidas a seu dono.As maquetes, em minha opinião nos convidam à percepção, e nesse sentido têm muita utilidade prática, pois nas cidades está cada vez mais difícil nos estimular aos processos de percepção de elementos em desfavor de outros (percepção seletiva).
É difícil perceber e definir o estilo arquitetônico dos prédios antigos de Santa Maria. (Talvez se definam mais como Art Neveau). A maioria deles se localiza em pontos centrais da cidade, onde a concentração de construções e o excesso de urbanização retiraram das fachadas o espaço de visibilidade necessário para que possamos perceber os detalhes e ter a possibilidade de compreender e contextualizar o conjunto da obra.
Penso que as maquetes que foram expostas não deveriam ser devolvidas ao seu dono porque elas podem cumprir sua função por um tempo maior do que o da exposição. Elas poderiam ser abrigadas permanentemente no hall de entrada de cada um dos prédios que representa e assim suprir um pouco da carência de observação seletiva que a poluição visual da cidade em expansão nos deixa.
A valorização do patrimônio arquitetônico começa pela compreensão.


                                                                                                            A autora

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